Castelos pré-Século XII

Aguiar Sousa
Alcanede
Alcobaça
Aljezur
Alva
Alvor
Ansiães
Arnoia
Atouguia da Baleia
Barcelos
Cacela
Caminha
Carrapatoso
Castelo Melhor
Castro Laboreiro
Castro Marim
Ceras
Chaves
Cola
Faria
Faro
Folgosinho
Gaia
Giraldo
Gouveia
Guimarães
Lagos
Lamego
Lanhoso
Longroiva
Loulé
Lousã
Mau Vizinho
Mau Vizinho(Évora)
Mértola
Messejana
Miranda do Douro
Montel
Montemor-o-Velho
Neiva
Oleiros
Paderne
Penacova
Pena de Aguiar
Penedono
Piconha
Portelo
Porto de Mós
Proença-a-Velha
Relíquias
Romano da Lousa
Roqueiro de Coruto
Salir
Santa Maria da Feira
Santarém
Santiago do Cacém
São Jorge
São Martinho de Mouros
Seia
Sernancelhe
Silves
Sintra
Soure
Tarouca
Tavira
Torres Novas
Torres Vedras
Trancoso
Velho de Alcoutim
Velho do Degebe
Vermoim
Vila Verde dos Francos
Vilar Maior
Vinhais
Viseu


Castelos do Século XII

Abrantes
Alcácer do Sal
Alcantarilha
Alenquer
Alfaiates
Alfeizerão
Algoso
Aljustrel
Almada
Almourol
Alpalhão
Avô
Cabeço de Vide
Castelo Novo
Castelo Rodrigo
Celorico da Beira
Coimbra
Covilhã
Estremoz
Évora Monte
Ferreira de Aves
Germanelo
Guarda
Freixo de Espada à Cinta
Idanha-a-Nova
Idanha-a-Velha
Leiria
Linhares da Beira
Lourinhã
Marialva
Melgaço
Mogadouro
Monforte
Monforte (Fig.C.Rodrigo)
Monsanto
Monsaraz
Moreira de Rei
Numão
Palmela
Penamacor
Penas Róias
Penela
Pombal
Óbidos
Ourém
Ródão
Sabugal
Salvaterra do Extremo
Santo Estêvão
Sertã
Tomar
Vidigueira
Zêzere


Castelos do Século XIII

Alandroal
Albufeira
Alcoutim
Alegrete
Almeida
Alter Pedroso
Avis
Barbacena
Belmonte
Belver
Borba
Braga
Bragança
Castelo Bom
Castelo Branco
Castelo Mendo
Crato
Elvas
Lindoso
Marvão
Mirandela
Monção
Montalegre
Montalvão
Montemor-o-Novo
Mourão
Nisa
Odemira
Ouguela
Outeiro de Miranda
Paranho
Penha Garcia
Pinhel
Portalegre
Portel
Ranhados
Rebordãos
Rosmaninhal
Segura
Serpa
Sesimbra
Sortelha
Terena
Torre de Moncorvo
Valença
Veiros
Vila Flor
Vila Nova de Cerveira
Vila do Touro


Castelos do pós-Século XIII

Alter do Chão
Amieira
Arraiolos
Alvito
Beja
Évora
Moura
Noudar
Sines
Viana do Alentejo
Vila Viçosa


Abrantes
Aguiar Sousa
Alandroal
Albufeira
Alcácer do Sal
Alcanede
Alcantarilha
Alcobaça
Alcoutim
Alegrete
Alenquer
Alfaiates
Alfeizerão
Algoso
Aljezur
Aljustrel
Almada
Almeida
Almourol
Alter do Chão
Alter Pedroso
Alva
Alvito
Alvor
Alpalhão
Amieira
Arraiolos
Ansiães
Atouguia da Baleia
Avis
Avô
Barbacena
Barcelos
Beja
Belmonte
Belver
Borba
Braga
Bragança
Cabeço de Vide
Cacela
Caminha
Carrapatoso
Castelo Bom
Castelo Branco
Castelo Melhor
Castelo Mendo
Castelo Novo
Castelo Rodrigo
Castro Marim
Castro Laboreiro
Celorico da Beira
Ceras
Chaves
Coimbra
Cola
Covilhã
Crato
Elvas
Estremoz
Évora
Évora Monte
Faria
Faro
Ferreira de Aves
Folgosinho
Freixo de Espada à Cinta
Gaia
Germanelo
Giraldo
Gouveia
Guarda
Guimarães
Idanha-a-Nova
Idanha-a-Velha
Lagos
Lamego
Lanhoso
Leiria
Lindoso
Linhares da Beira
Longroiva
Loulé
Lourinhã
Lousã
Marialva
Marvão
Mau Vizinho
Mau Vizinho(Évora)
Melgaço
Mértola
Messejana
Miranda do Douro
Mirandela
Mogadouro
Monção
Monforte
Monforte (Fig.C.Rodrigo)
Monsanto
Monsaraz
Montalegre
Montalvão
Montel
Montemor-o-Novo
Montemor-o-Velho
Moreira de Rei
Moura
Mourão
Neiva
Nisa
Noudar
Numão
Odemira
Oleiros
Ouguela
Ourém
Outeiro de Miranda
Paderne
Palmela
Paranho
Pena de Aguiar
Penacova
Penamacor
Penas Róias
Penha Garcia
Penedono
Penela
Piconha
Pinhel
Pombal
Portalegre
Portel
Portelo
Porto de Mós
Proença-a-Velha
Óbidos
Ranhados
Rebordãos
Relíquias
Ródão
Romano da Lousa
Roqueiro de Coruto
Rosmaninhal
Sabugal
Santa Maria da Feira
Salir
Salvaterra do Extremo
Santarém
Santiago do Cacém
São Jorge
São Martinho de Mouros
Santo Estêvão
Seia
Segura
Sernancelhe
Serpa
Sertã
Sesimbra
Silves
Sines
Sintra
Soure
Sortelha
Tarouca
Tavira
Terena
Tomar
Torre de Moncorvo
Torres Novas
Torres Vedras
Trancoso
Valença
Veiros
Velho de Alcoutim
Velho do Degebe
Vermoim
Viana do Alentejo
Vidigueira
Vila Flor
Vila Nova de Cerveira
Vila do Touro
Vila Verde dos Francos
Vila Viçosa
Vilar Maior
Vinhais
Viseu
Zêzere

Castelo de Odemira

Odemira
Distrito Beja
Concelho Odemira
Freguesia
Área 1 720,60 km²
Habitantes 29 523 (2021)
Densidade 17,2 hab./km²
Gentílico Odemirense
Construção ( )
Reinado ( )
Estilo ( )
Conservação Em ruínas

O povoamento do município é bastante remoto, como o provam os numerosos vestígios de culturas anteriores à romanização e os testemunhos das culturas posteriores.

A explicação do topónimo Odemira tem várias versões. A versão lendária sobre a origem do nome remonta à altura da sua povoação árabe: um alcaide mouro, de nome Ode, habitava o castelo com a sua mulher, uma moura encantadora, como todas as outras mouras das lendas populares. Quando esta viu chegar as tropas cristãs, terá gritado: “Ode, mira para os inimigos, donde vêm sobre nós“, tendo estado este aviso na origem do nome Odemira.

Estudos históricos e semânticos revelam que o termo Ode deriva do árabe Wad, que significa "rio", e o elemento Mira terá origem pré-céltica, estando relacionada, também, com a palavra "água". Pode-se, então, concluir que o topónimo Odemira se refere, em diferentes línguas, à noção de curso de água, o que denota a importância do rio.

A região terá sido habitada desde tempos remotos, desconhecendo-se, contudo, a sua origem. Aqui estabeleceram-se vários povos, entre os quais se destacam os romanos e árabes, que marcaram os usos e costumes das gentes da região. A reconquista de Odemira foi tardia e realizada, pensa-se, pelos frades guerreiros da Ordem de Santiago; em 1238, toda a região do Alentejo (incluindo Odemira) estava nas mãos dos cristãos.

Em 1245, D. Paio Peres Correia, mestre da Ordem de Santiago, doa o castelo de Odemira ao bispo do Porto, D. Pedro Salvadores. Em 1256, D. Afonso III concretiza a apropriação da vila para a coroa, concedendo-lhe carta de foral em 28 de março do mesmo ano. Este foral estabelece o termo do concelho e denota uma realidade profunda que já vinha do passado, retendo uma certa continuidade em relação à herança árabe.

Odemira, situada perto do limite do troço navegável do rio Mira, ergue-se num local dominante sobre este, constituindo-se como centro aglutinador de uma vasta região. Reflete, assim, um modelo territorial comum no sudoeste da Península Ibérica: uma povoação relativamente recuada em relação à linha de costa, mas que a ela tem acesso por via fluvial, controlando economicamente uma área circundante relativamente vasta, neste caso a bacia do Mira. Trata-se da mesma lógica territorial a que obedeceram as povoações de Alcácer do Sal, Silves, Mértola, Santarém, Coimbra e, em Espanha, Sevilha e Niebla.

Antecedentes

Brasão de Odemira

O Castelo de Odemira é um antigo monumento militar, situado na vila de Odemira, na região do Alentejo, em Portugal. Situava-se num local alcantilado na margem do Rio Mira, que tinha boas condições naturais de defesa, e permitia controlar o rio num ponto em que ele deixava de ser navegável, sendo por isso um importante corredor entre o litoral e o interior. O castelo poderá ter origem num povoado fortificado da Idade do Bronze, que continuou a ser habitado ao longo da Idade do Ferro, tendo sido descoberta um fosso defensivo deste período.

O castelo medievalseta_baixoseta_cima

Os vestígios mais significativos do castelo situam-se junto ao jardim do Cerro do Peguinho, no interior da vila, e na margem direita do Rio Mira, prolongando ao longo da vertente para Sul. Consistem numa ampla esplanada que é definida por restos da antiga muralha, num espaço em forma de cunha, com um contorno sensivelmente oval. Este local situa-se no ponto mais elevado da vila, num promontório de altura muito acentuada, que tinha boas condições de defesa e permitia dominar o vale formado pelo Rio Mira. Nesta esplanada foi posteriormente construído o edifício da Biblioteca Municipal de Odemira. Esta área era de grande importância, por ser o ponto onde o Rio Mira deixava de ser navegável, constituindo um antigo corredor de passagem entre a faixa litoral e a região interior, sendo desta forma vital para controlar a zona de hinterland do rio.

Também pode ter existido uma segunda cintura de muralhas protegendo a vila, embora não tenham restado quaisquer indícios significativos desta estrutura, além que as alterações no tecido urbano da vila impedem a identificação dos seus limites medievais. Além das ruínas junto ao Cerro do Peguinho, foram descobertos alguns vestígios que se articulam de forma significativa com os edifícios, e que foram utilizados como base para estruturas, nomeadamente a torre sineira da Câmara Municipal. Um outro lanço reconstruído está associado à base de uma torre, de planta quadrangular.

Pré-história e período romanoseta_baixoseta_cima

As origens do castelo são pouco conhecidas, tendo as pesquisas arqueológicas feitas no local sido incapazes de determinar as fases de ocupação. Porém, foram encontrados vestígios de um povoado fortificado dos finais da Idade do Bronze. Este situava-se no cimo de um esporão na margem direita, numa cota de 30 m, numa zona que tinha boas condições de defesa e permitia controlar o Rio Mira. Este povoado ocupava uma área de cerca de 2 Ha, e distribuía-se por duas plataformas, com a superior a corresponder ao centro histórico de Odemira e ao castelo medieval, enquanto que a inferior, situada a Noroeste, foi posteriormente ocupada por uma igreja, e depois terraplanada e coberta por jardins. O povoado era protegido por uma muralha, sendo provavelmente a entrada no lado Sudeste. Foi descoberto espólio dos finais da Idade do Bronze desde esta área até ao edifício da Câmara Municipal.

O povoamento da área continuou ao longo da Idade do Ferro, como pode ser comprovado pela presença de materiais daquela época na Várzea de Salamoa, nas imediações do cemitério. A tradição aponta para uma fundação durante o período romano, podendo ser neste caso um ópido, devido à sua situação, num local de altura muito acentuada. Na Rua António Fortunato Simões dos Santos, nas imediações das ruínas do castelo, foram descobertos muitos indícios da época romana, incluindo silos, ruínas de estruturas, e fragmentos de ânforas e outras peças de cerâmica.

Durante as pesquisas arqueológicas feitas no âmbito das obras de renovação do Cine-teatro, foram encontrados vestígios de um fosso defensivo pertencente à povoação da Idade do Ferro, que tinha uma largura de 2,3 m, um perfil em saco e uma profundidade que atingia os 3 m. Esta estrutura foi escavada e utilizada num período anterior à transição do século IV para o III a. C., tendo sido encontradas provas de atulhamento do fosso com lamas, restos domésticos, derrocadas de paredes, a que se seguiu um encerramento cerimonial, onde foi utilizado uma mistura de argila vermelha e partes de bovídeos, e finalmente sedimentação natural. Nesta fase só foi coberto cerca de um terço do fosso, tendo sido preenchido na sua totalidade nas épocas posteriores. O local foi depois ocupado durante a era romana, tendo sid recolhida uma grande quantidade de fragmentos de ânforas oriundos de Cádis e da Península Itálica, testemunhando a importância da povoação como um entreposto comercial para produtos que vinham por via marítima. Os últimos vestígios de ocupação datam da época de Augusto, no século I d.C., indicando que a povoação terá sido abandonada ou entrou em profundo declínio durante a Dinastia júlio-claudiana, situação que também se verificou noutros povoados romanos na região, como em Garvão e nas Mesas do Castelinho, que também entraram em decadência ou desapareceram entre os séculos I e II d.C. Este processo poderá ter sido causado pela incapacidade dos centros urbanos em se adaptarem aos novos métodos de urbanismo e à reorganização territorial, introduzidos nos princípios do império.

Idade Médiaseta_baixoseta_cima

Durante o período islâmico, terá existido uma povoação no local onde se situa Odemira, que poderia ter tido uma alcáçova, embora não hajam informações sobre qual seria a sua forma. A área foi habitada durante este período, uma vez que nas imediações do cemitério foram descobertos materiais cerâmicos dos séculos IX a XI. Além da sua importância como ponto de controle do rio, a fortaleza de Odemira também poderá ter sido parte de uma linha defensiva islâmica, que também incluía os castelos de Messejana, Aljustrel, Beja e Moura, formada em resposta à fronteira provisória criada pela reconquista de Alcácer do Sal, Torrão e Évora.

Nas escavações feitas junto a um anfiteatro contemporâneo, que anteriormente fazia parte da plataforma superior do povoado pré-histórico, foram descobertos um muro e uma calçada dos séculos XVII a XVIII, sobre um muro da época medieval islâmica, e na área foram descobertos vestígios osteológicos humanos, que provavelmente vieram de uma necrópole medieval.

A região foi reconquistada por D. Afonso Henriques em 1166, existindo uma lenda sobre a conquista do castelo, segundo a qual os cristãos entraram no Rio Mira por Vila Nova de Milfontes, e de forma a ocultar o seu avanço até Odemira utilizaram pequenos barcos escondidos pelos canaviais. Desta forma, teriam conseguido surpreender a guarnição do castelo, que não conseguiu oferecer uma resistência eficaz. Uma outra lenda relata que uma mulher teria visto os exércitos cristãos a chegarem, e altertou o alcaide, chamado de Ode, gritando Ode, Mira!, dando assim o nome à vila. Porém, esta explicação é paradoxal, uma vez que o termo Odi é uma corrupção das palavras islâmicas wad ou wed, significando rio, além que Ode nunca foi um nome próprio islâmico. Segundo Pinho Leal, a segunda metade do nome, Mir, poderá ter origem em emir, um título utilizado por líderes políticos no mundo islâmico. No entanto, só em 1238 é que a região foi definitivamente tomada aos muçulmanos. Em 1245 o castelo foi doado por D. Paio Peres Correia, mestre da Ordem de Santiago, ao Bispo do Porto, D. Pedro Salvadores, doação que prova que a vila possuía muralhas nessa altura. A povoação recebeu um foral de D. Afonso III em 28 de Março de 1256, e neste ano o castelo teria sido doado ao Bispo de Beja, tendo este processo sido confirmado por uma bula do Papa Alexandre IV, que também ofereceu várias indulgências às pessoas que fossem habitar este local, e a defendessem dos ataques muçulmanos. De acordo com a obra Portugal antigo e moderno, publicada por Pinho Leal em 1875, o monarca esperava assim reforçar a população, de forma a que esta localidade e o seu importante castelo não ficassem desguarnecidos, preocupação que viria já do reinado de D. Afonso Henriques. Avançou-se a teoria de que a fortaleza terá sido reconstruída nesta altura, pelo que seguiria as linhas da arquitectura gótica, mas restaram apenas alguns ligeiros vestígios da obra.

A vila e o seu castelo foram doados pelo rei D. Dinis ao almirante genovês Manuel Pessanha em 1319. Esta doação, conhecida como feu, foi feita em conjunto com o reguengo de Algés, constituindo uma importante alteração nas fontes de rendimentos do almirantado, criado apenas dois anos antes, substituindo o pagamento provisório de uma tença anual pelas rendas destas duas propriedades. O monarca passou-lhe igualmente uma carta de foral, e forçou o alcaide, os alvazis e os tabeliões a aceitar a autoridade do almirante. Na sequência desta doação, poderá ter sido construída uma segunda cerca, de forma a proteger a vila em desenvolvimento. Durante o reinado de D. Afonso IV, a vila passou novamente para a Ordem de Santiago durante alguns anos, tendo regressado para os bens da coroa em 1352. Em 1357 o castelo foi entregue a Lançarote Pessanha, filho de Manuel Pessanha, que também foi almirante. Porém, apoiou o lado castelhano durante as Guerras fernandinas, tendo sido punido com a perda da vila de Odemira. Lançarote Pessanha acabaria por ser demitido do posto de almirante em 1373, devido à sua má conduta durante o cerco de Lisboa. Odemira foi dentregue a D. Álvaro Pires de Castro, e posteriormente foi doada pelo rei D. João I ao almirante Manuel Pessanha II, filho de Lançarote Pessanha, em condições semelhante às do seu pai. Este processo pode ser considerado como uma restituição da confiança real na institutuição do almirantado, ou então pode ter feito parte do conjunto de recompensas que o monarca deu aos nobres que estiveram do seu lado durante a guerra da sucessão. Após a morte de Manuel Pessanha II, D. João I concedeu o posto de almirante ao seu irmão Carlos Pessanha II.

A vila esteve assim novamente na posse do almirantado até 1387, quando foi doada por D. João I a Lourenço Anes Fogaça. O último elemento desta família a possuir o senhorio de Odemira foi João Fogaça, escudeiro da casa do Infante D. João. Em 1446, o rei D. Afonso V concedeu a D. Sancho de Noronha o título de Conde de Odemira, que foi extinto em 1661, e integrado no Ducado de Cadaval. A partir do século XV, a fortaleza começou a perder importância para as linhas de defesa marítimas, entrando num processo de decadência.

Séculos XVIII e XIX

Posteriormente, o processo de evolução urbana da vila ultrapassou os antigos limites medievais, delimitados originalmente pelas muralhas. Este núcleo, conhecido como Bairro do Castelo, estava situado num local que permitia controlar o Mira, mas o crescimento urbano tinha-se desenvolvido em sentidos opostos ou divergentes ao rio, pelo que o antigo centro tornou-se numa área de menor importância do ponto de vista urbano e social. O processo de transferência do antigo núcleo para um novo centro urbano culminou com a construção de um novo edifício para a câmara municipal em 1865, abrindo um novo espaço conhecido como Praça Nova, substituindo a Praça Velha, na área medieval.

Já em meados do século XVIII, o castelo medieval e a Igreja da Trindade estavam em ruínas, como relatado pelas Memórias Paroquiais de 1858, tendo sido transformados num local onde eram tratados os animais com doenças contagiosas. A zona do Cerro do Peguinho, situada mesmo ao lado, era utilizada como depósito de estrume, enquanto que na Reboleira, nas imediações da Trindade, funcionava como pedreira. Na década de 1840 foi instalado o cemitério municipal na Trindade, em resposta ao decreto de 1835, que proibiu os enterramentos dentro das igrejas. Pinho Leal refere em 1875, que o castelo «hoje está transformado em cemiterio publico». Porém, devido às reclamações dos proprietários locais, o cemitério foi transferido em 1883, para um local que era mais apropriado de acordo com as novas orientações de higiene e sanidade. Assim, iniciou-se o processo de reurbanização desta área, primeiro com a instalação de um espaço público na zona da Trindade e no Cerro do Peguinho, posteriormente conhecido como Passeio Pedro Álvares Cabral, tentando emular a abertura do Passeio Público de Lisboa. Porém, esta medida não conseguiu atrair o desenvolvimento urbano esperado, a a área continuou periférica. Ao mesmo tempo, a autarquia também encetou o arranjo urbanístico de vários espaços na vila, incluindo o antigo castelo, tendo em 1876 ordenado a arborização da Rua Nova do Castelo.

Séculos XX e XXIseta_cima

Em 1974 a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais fez trabalhos de remoção de terras no sentido de elevar os panos da muralha e determinar as estruturas originais, mas este processo, feito sem acompanhamento arqueológico, teve fracos resultados, além que a instalação da esplanada terá levado à destruição de vestígios do castelo. As ruínas do castelo foram homologadas como Imóvel de Interesse Público por um despacho de Agosto de 1980. Na Resolução do Conselho de Ministros n.º 114/2000, de 25 de Agosto, o antigo castelo foi introduzido no Plano Director Municipal de Odemira, com a denominação de Muralhas do antigo castelo de Odemira (troços existentes). Em 1995 o antigo povoado fortificado foi alvo de trabalhos arqueológicos, no âmbito do programa de Levantamento Arqueológico do Concelho de Odemira, tendo sido identificadas as antigas muralhas do castelo medieval, mas não foram encontrados quaisquer materiais de superfície.

Entre 1997 e 1999, foi construído o edifício da Biblioteca Municipal de Odemira, no interior das ruinas das muralhas do castelo. A biblioteca foi inaugurada em 5 de Setembro de 2000. O local do antigo castelo foi ocupado por um espaço verde, o Cerro do Peguinho. O Decreto-Lei n.º 309/2009, de 23 de Outubro, fez caducar o processo de classificação do imóvel, uma vez que determinou que os procedimentos que não estavam em fase de consulta pública deveriam prescrever.

Acontecimentos da época


55 a.C. - Júlio César invade a Britânia, mas sem resultados expressivos.

46 a.C. - Na costa da Hispânia, Caio Dídio enfrentou a frota pompeiana de Públio Ácio Varo na Batalha de Carteia, perto do estreito de Gibraltar. A batalha terminou de forma inconclusiva, com os cesarianos se retirando para Gades e os pompeianos, para Carteia.

36 a.C. - Marco António casa-se com Cleópatra.

16 a.C. - Em Roma, Herodes é recebido por César, e recebe de volta seus filhos que haviam sido educados.

3 a.C. - Ao chegar a Jerusalém, os judeus que cercavam os romanos ficaram com medo e abandonaram o ataque, dizendo que estavam lá pela festa.
803 - Rutura entre Carlos Magno como Imperador do Império Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente.

805 - O imperador de Bizâncio Nicéforo I sofre uma pesada derrota na batalha contra os sarracenos em Crasus.

811 - Batalha de Virbitza entre o Clã Búlgaro Kroum e o Império Bizantino.

812 - Tratado de paz entre o Imperador Carlos Magno e Império mpério.

814 - Fim do Reinado de Carlos Magno.

822 - Abd al-Rahman II é nomeado Califa de Córdova (822 a 852).

824- Luís I, o Piedoso, impõe a sua autoridade aos Estados papais.

 - Batalha entre Abd-El-Raman III Califa de Córdova e o Conde Hermenegildo em Rio Tinto (Gondomar)

827 - Início da conquista da Sicília pelos Sarracenos.

910 - Partilha do Reino das Astúrias entre os filhos de Afonso III de Leão, Garcia I de Leão, Fruela II das Astúrias e Ordonho II da Galiza. Este último tem o apoio dos condes portucalenses.

913 - Expedição militar do rei Ordonho II da Galiza a Évora em que consegue conquistar esta cidade aos Mouros.

925 - O rei Ramiro II de Leão torna-se vassalo do Reino da Galiza.

 - O rei Ramiro II estabelece residência em Viseu.

927 - Após um longo processo de anexações, os vários pequenos reinos dentro do que está agora a Inglaterra são unificadas pelo rei Etelstano, criando o Reino da Inglaterra.

928 - Gonçalo Moniz recebe o título de Conde de Coimbra.

930 - Fundação do parlamento da Islândia, o primeiro da história.

938 - Primeiro documento em que o termo «Portugal» aparece em vez do termo «Portucal», referindo-se à região.

950 - A Condessa Mumadona Dias, viúva do conde Hermenegildo Gonçalves, reparte os territórios pelos filhos, repartindo assim Terra Portugalense.

953 - Fundação de Guimarães.

955 - Os mouros retomam Coimbra e obrigam a retirada do exército cristão para lá do Rio Douro.
1107 - D. Afonso VII herda o domínio da Galiza , com direito ao título de Rei, por morte de D. Raimundo.

1109 - Início das viagens de D. Henrique a França para consultar o abade de Cluny acerca das decisões tomadas pelas Cortes de Toledo, onde se procurou resolver o problema da sucessão ao trono estronghol, após a morte do conde D. Raimundo.

 - Afonso I de Aragão casa com Urraca de Castela.

 - Os Cruzados capturam Trípoli.

 - Urraca de Castela coroada rainha de Castela.

1220 - Por ordem do rei D. Afonso II de Portugal são feitas as primeiras Inquirições em Portugal.

1222 - Consagração do Mosteiro de Alcobaça.

 - Sancho II sucede a Afonso II como rei de Portugal.

1225 - No golfo da Biscaia, perto da Gasconha, é capturada e apresada a caravela portuguesa Cardinal pelo contingente naval inglês.

1226 - D. Sancho II, aproveitando as guerras de Afonso IX de Leão contra os muçulmanos, tenta conquistar Elvas sem êxito.

1229 - D. Sancho II ocupa Elvas, concedendo-lhe foral. Os avanços prosseguiram, conquistando Juromenha.

 - Os leoneses apoderam-se de Badajoz, tornando a fronteira muçulmana muito mais frágil.

1231 - 2 de abril - Celebrou-se o Acordo de Sabugal, entre Sancho II de Portugal e Fernando III de Leão e Castela, pelo qual Chaves foi devolvida a Portugal.

1255 - Lisboa torna-se capital do Reino de Portugal.

1258 - Realização de Inquirições Gerais, que compiladas se tornariam num dos mais curiosos monumentos da documentação medieval portuguesa.

1267 - Assinatura do tratado de Badajoz, que estabelece as fronteiras entre Portugal e Castela.