Castelo de Arnóia

Freguesia de Arnóia

Castelo de Arnóia
Distrito Braga
Concelho Celorico de Basto
Freguesia Arnóia
Área 18,73 km²
Habitantes 1 702 (2011)
Densidade 90,9 hab./km²
Gentílico Celoricense
Construção (c. século X)
Reinado ( )
Estilo ( )
Conservação ( )

O Castelo de Arnóia, também conhecido como Castelo dos Mouros ou Castelo de Moreira, ergue-se na povoação e Freguesia de Arnóia, concelho de Celorico de Basto, Distrito de Braga, em Portugal.  Ergue-se sobre um maciço de pedra, em posição dominante sobre a povoação que outrora foi a sede do Concelho com Casa da Câmara, Pelourinho e Cadeia.

Os mais antigos vestígios de povoamento do espaço geográfico atual do concelho de Celorico de Basto, revelados pela prospeção recente e intervenção pontual de contextos arqueológicos, são atribuíveis ao início do megalitismo, portanto ao Neolítico Médio (5.510 B.P.). Para este período pode apontar-se o grande conjunto de mamoas do Planalto da Lameira. Já o grande conjunto de habitats de fossas pode genericamente apontar-se para o período da idade do Bronze. Da Idade do Ferro destaca-se o povoado de Bouça de Mosqueiros, em Britelo, o Castro do Ladário, em Ribas, o Castro de Barrega, em Borba e o Castro de Ourilhe e outros de menor relevância. A Romanização está bem patente em Celorico de Basto e as marcas deste período encontam-se um pouco por todo o espaço concelhio.

Os mais antigos vestígios de povoamento do espaço geográfico atual do concelho de Celorico de Basto, revelados pela prospeção recente e intervenção pontual de contextos arqueológicos, são atribuíveis ao início do megalitismo, portanto ao Neolítico Médio (5.510 B.P.). Para este período pode apontar-se o grande conjunto de mamoas do Planalto da Lameira. Já o grande conjunto de habitats de fossas pode genericamente apontar-se para o período da idade do Bronze. Da Idade do Ferro destaca-se o povoado de Bouça de Mosqueiros, em Britelo, o Castro do Ladário, em Ribas, o Castro de Barrega, em Borba e o Castro de Ourilhe e outros de menor relevância. A Romanização está bem patente em Celorico de Basto e as marcas deste período encontam-se um pouco por todo o espaço concelhio.

A Citânia do Ladário, a Estela de Vila Boa na freguesia do Rego, o Castelo de Arnóia e proximidades, os inúmeros vestígios arqueológicos do Planalto da Lameira, os restos dos castros em várias freguesias, representam sólido argumento a demonstrar que esta terra foi habitada há milhares de anos.

Antecedentes

Brasão de Celorico de Basto


A época da construção deverá remontar ao final do século X ou início do XI, acredita-se que ligada à defesa do vizinho Mosteiro de São Bento de Arnóia, também fundado neste período. Contribui para esse raciocínio a data de 1034, assinalada na lápide da sepultura do alcaide do castelo (e provável fundador do mosteiro, segundo alguns autores), Múnio Muniz, no claustro daquele mosteiro. 
No século XIII, as Inquirições do reino de 1258 referem alguns casais nas freguesias de Arnóia, Caçarilhe e Carvalho, obrigadas à alimentação dos cães de guarda do castelo e da preparação da cal necessária para a sua conservação. 

O castelo medievalseta_baixoseta_cima

A época da construção deverá remontar ao final do século X ou início do XI, acredita-se que ligada à defesa do vizinho Mosteiro de São Bento de Arnóia, também fundado neste período. Contribui para esse raciocínio a data de 1034, assinalada na lápide da sepultura do alcaide do castelo (e provável fundador do mosteiro, segundo alguns autores), Múnio Muniz, no claustro daquele mosteiro.

No século XIII, as Inquirições do reino de 1258 referem alguns casais nas freguesias de Arnóia, Caçarilhe e Carvalho, obrigadas à alimentação dos cães de guarda do castelo e da preparação da cal necessária para a sua conservação.

Com a morte do rei D. Afonso III (1210-1279), tendo rendido preito de homenagem a D. Brites ou Beatriz (rainha viúva e testamenteira do falecido), o alcaide deste castelo, Martim Vasques da Cunha, após o afastamento da senhora para Castela por desentendimentos havidos com D. Dinis (1279-1325), teve dificuldades com o novo soberano, que se recusou a desobrigá-lo do seu compromisso de honra. Segundo reza a tradição, tendo consultado diversas cortes europeias sobre como proceder honrosamente nesse impasse, fez sair a guarnição e gentes do castelo, trancando-se no seu interior. Tendo lançado fogo a uma das habitações no seu interior, "salvou-se" descendo-se por um cesto suspenso por uma corda amarrada em uma das ameias. Desse modo, exonerou-se da função sem ferir o compromisso de honra assumido. Verdadeira a narrativa ou não, é fato que, em 1282, D. Dinis arrendou os domínios de Celorico de Basto a Martim Joanes, pelo montante de 210 morabitinos, com a obrigação de que o arrendatário contratasse um cavaleiro para as funções de alcaide deste castelo. Os domínios e o castelo foram arrendadas pelo mesmo soberano em 1284 aos moradores de Celorico de Basto.

No alvorecer do século XV, D. João I (1385-1433) doou o senhorio de Celorico de Basto e seu castelo a Gil Vasques da Cunha (1402), o que denota a importância e tradição dessa família na região. No século seguinte, D. Manuel I (1495-1521) concedeu foral a Celorico de Basto (29 de Março de 1520), estabelecendo a sede do Concelho em Arnóia, lugar do castelo.

No contexto da Dinastia Filipina, no século XVII, a alcaidaria era exercida pela família dos Castros.

Do século XVIII aos nossos diasseta_baixoseta_cima

Segundo se afirma, devido ao grande isolamento da vila, o rei D. João V (1706-1750) determinou a mudança da sede do Concelho de Arnóia para o lugar de Freixieiro em Britelo, doravante denominado Vila Nova do Freixieiro, hoje Celorico de Basto (21 de Abril de 1719). A mudança acelerou o processo de decadência de Arnóia.

Em meados do século XX, o Castelo de Arnóia foi classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 15 de Março de 1946. Em nossos dias, afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico (IPPAR), que lhe concluiu obras de consolidação e restauro, o Monumento reabriu ao público desde Janeiro de 2004.

Característicasseta_cima

Castelo de reduzidas proporções, apresenta planta poligonal irregular orgânica (adaptada à conformação do terreno). Para a sua construção foram procedidos trabalhos de desaterro, visando dificultar-lhe o acesso.

As muralhas, em cantaria de granito, são percorridas por um adarve e reforçadas a Norte por um sólido cubelo. No setor Sul, rasga-se o portão de entrada com portal de verga reta, precedido por uma escadaria de acesso e defendido pela Torre de Menagem, de planta quadrangular. A porta desta, voltada para a Praça de Armas, abre-se a cerca de três metros do solo. É acedida por uma escada externa, construída na década de 1970. O interior divide-se em três pavimentos (o inferior como cave e os dois superiores assoalhados) e o acesso ao telhado de quatro águas é feito, por sua vez, através de uma escada interna. O topo da torre é rematado por merlões.

Ao centro da praça de armas, delimitada pelas muralhas, abre-se a cisterna do castelo. No exterior, na encosta a Norte, localiza-se a antiga forca, inscrita em um trecho de mata de pinheiros e de carvalhos. Tanto esta, como o Pelourinho, foram restaurados na década de 1960.

Acontecimentos da época


905 - O astrônomo persa Azofi descobre a Galáxia de Andrômeda.

845 - Cerco de Paris pelos normandos.

- Destruição de Hamburgo pelos dinamarqueses.

910 - Partilha do Reino das Astúrias entre os filhos de Afonso III de Leão, Garcia I de Leão, Fruela II das Astúrias e Ordonho II da Galiza. Este último tem o apoio dos condes portucalenses.

913 - Expedição militar do rei Ordonho II da Galiza a Évora em que consegue conquistar esta cidade aos Mouros.

925 - O rei Ramiro II de Leão torna-se vassalo do Reino da Galiza.

- O rei Ramiro II estabelece residência em Viseu.

927 - Após um longo processo de anexações, os vários pequenos reinos dentro do que está agora a Inglaterra são unificadas pelo rei Etelstano, criando o Reino da Inglaterra.

928 - Gonçalo Moniz recebe o título de Conde de Coimbra.

930 - Fundação do parlamento da Islândia, o primeiro da história.

938 - Primeiro documento em que o termo «Portugal» aparece em vez do termo «Portucal», referindo-se à região.

950 - A Condessa Mumadona Dias, viúva do conde Hermenegildo Gonçalves, reparte os territórios pelos filhos, repartindo assim Terra Portugalense.

953 - Fundação de Guimarães.

955 - Os mouros retomam Coimbra e obrigam a retirada do exército cristão para lá do Rio Douro.

962 - Revolta do conde de Portucale, Gonçalo Mendes, contra Sancho I de Leão.

976 - Almançor protegido de Hixam II inicia uma campanha militar contra os Cristãos na Península Ibérica.

985 - Os viquingues noruegueses estabelecem-se na Groenlândia.

987 - Revolta do conde Gonçalo Mendes que adota o título de Grand-Duque de Portucal e revolta-se contra Bermudo II e é derrotado na batalha.