Freguesia de Alvito
Castelo de Alvito | |
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Distrito | Beja |
Concelho | Alvito |
Freguesia | Alvito |
Área | 264,85 km² |
Habitantes | 2 504 (2011)
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Densidade | 9,5 hab./km² |
Gentílico | Alvitense |
Construção | 1494 |
Reinado | ( ) |
Estilo | ( ) |
Conservação | Boa |
Os testemunhos mais antigos que se conhecem da presença humana no concelho remontam ao Neolítico, existindo vários vestígios que asseguram a presença do Homem durante a Idade do Cobre, do Bronze e do Ferro.
A ocupação intensa levada a cabo pelos romanos fez-se sentir logo no início do século I, subsistindo ainda vários testemunhos desta presença, de que são exemplos as villae de S. Romão, de S. Francisco e Malk Abraão. Também visigodos e muçulmanos ocuparam estas antigas villae, dando continuidade à ocupação romana.
Conquistada pelos portugueses em 1234, a povoação de Alvito é doada a D. Estêvão Anes em 1251, chanceler-mor do reino, por D. Afonso III e pelos Pestanas de Évora. A partir desta data, sobretudo através da ação do chanceler, procede-se ao seu repovoamento, passando Alvito a ser uma povoação com dimensões consideráveis para a época.
Em 1279 morre D. Estêvão Anes, ficando a vila em testamento para a Ordem da Santíssima Trindade, a qual lhe concede carta de foral, idêntica à de Santarém, a 1 de agosto de 1280. Tal documento viria a ser confirmado por D. Dinis, em 1283. Em 1387, D. João I doa Alvito a D. Diogo Lobo, em troca dos bons serviços prestados na batalha de Aljubarrota (1385) e na conquista de Évora aos espanhóis (1387), ficando a vila ligada à história desta família ao longo de todo o período que durou o regime monárquico.
A 24 de abril de 1475, D. Afonso V concede ao Dr. João Fernandes da Silveira, marido de D. Maria de Sousa Lobo, o título de Barão, passando Alvito a ser o «cérebro» da primeira baronia instituída em Portugal. Nesta época, já a povoação desfrutava de um crescimento acentuado, fruto da conjuntura favorável em que o reino se encontrava e que permitiu um forte crescimento populacional em todo o país. Tal crescimento teve fortes repercussões na economia da vila, dado que Alvito passa a ser um dos principais centros político-económicos de todo o Alentejo, durante o período moderno, tendo quase 1700 habitantes e 364 fogos, segundo as estatísticas do censo de 1527. Este facto justifica o esplendor que se pode observar em muitos monumentos: o castelo, a Igreja Matriz, a Igreja da Misericórdia, a Igreja de Nossa Senhora das Candeias, bem como na representatividade da arte manuelina de Alvito.
Na época de transição do século XVIII para o século XIX, o crescimento e prosperidade de Alvito estagnam, começando o seu declínio a partir de meados do século XX, sobretudo durante as décadas de 60 e 80.
Região ocupada desde a época romana, da qual são testemunhos diversos vestígios arqueológicos, as primeiras referências documentais são encontrada a partir da doação destes domínios por Afonso III de Portugal (1248-1279) a seu chanceler-mor, Estevão Anes, cerca de 1255. Alvito hospedou o soberano em 1265, obtendo, segundo o costume, os privilégios inerentes, confirmados por Carta-régia. Por morte (1279), sem herdeiros, Estevão Anes legou em testamento à Ordem da Trindade, o povoado, o castelo e as terras de Alvito, o que indica a existência de uma estrutura de fortificação prévia no local, à época.
D. Dinis (1279-1325) concedeu-lhe foral em 1280, confirmado em 1289. O progresso da vila é atestado pela instituição, em 1296, de uma feira anual.
Em 1475, Afonso V de Portugal (1438-1481) outorgou o título de barão de Alvito a João Fernandes da Silveira, funcionário régio cujos descendentes viriam a ser titulados como marqueses. Poucos anos mais tarde, em 1482, João II de Portugal (1481-1495) concedeu ao barão e a sua esposa o direito de aí construírem um castelo, outorgando-lhes o senhorio da vila e dos povoados vizinhos.
Este nobre recebeu novas confirmações da licença-régia para a construção do castelo, por parte do mesmo soberano em 1489, e de Manuel I de Portugal (1495-1521), em 1497. De acordo com uma placa epigráfica sobre o portão de entrada, as obras do atual castelo teriam se iniciado desde 1494, a cargo do 2° barão de Alvito, D. Diogo Lopes da Silveira. Estariam concluídas em 1504.
Em consequência do terramoto de 1755, que lhe causaram danos, D. Maria Bárbara de Menezes promoveu-lhe trabalhos de recuperação e de remodelação (1777).
No contexto das Guerras Liberais, este castelo foi atacado e danificado em 1834, tendo lugar, posteriormente novas obras de recuperação, notadamente estuque e pintura. No final do século, em 1887, foi assinada uma promessa de compra e venda deste castelo, com cláusula de usufruto até à morte, entre os seus proprietários D. José Lobo da Silveira Quaresma e sua esposa, D. Carolina Augusta Duarte (falecidos respectivamente em 1917 e 1936), e o futuro rei D. Carlos (1889-1908). Antes do falecimento dos antigos proprietários, entretanto, o conjunto havia sido vendido ao soberano (1897).
No século XX, o castelo foi classificado como Monumento Nacional por Decreto de 16 de Junho de 1910. Após a implantação da República, o ex-soberano D. Manuel II (1908-1910), integrou o castelo ao património da Casa de Bragança (1915), no qual está compreendido até hoje.
A partir de 1941 foram-lhe procedidas intervenções de consolidação e restauro, com a reconstrução de ameias e rebocos, a reparação dos telhados e a demolição de paredes em alvenaria.
No contexto da Revolução dos Cravos, as dependências do castelo foram ocupadas pela Comissão de Moradores de Alvito, que à época promoveram obras de adaptação no primeiro e no segundo pavimentos.
Entre 1980 e 1981, novas intervenções procederam à reparação de panos da muralha, rebocos, coberturas, portas e caixilharias, bem como a reparação dos muros da cerca e o assentamento de portas superiores.
Recuperado, as dependências do castelo estão requalificadas, constituindo desde 1993 um dos estabelecimentos da rede Pousadas de Portugal sob o nome Pousada do Castelo de Alvito.
O castelo apresenta-se como um edifício misto de arquitectura militar e residência apalaçada, onde se identificam influências islâmicas, góticas e manuelinas.
De planta retangular, com quatro torreões cilíndricos ameados nos vértices, os seus lados definem um pátio interior onde se ergue, a noroeste, a Torre de Menagem, adossada ao pano da muralha. O alto dos muros é percorrido por um adarve constituído por parapeito alteado com merlões onde se rasgam as seteiras. As fachadas sudeste e sudoeste, em alvenaria, caracterizam-se como as de um palácio; as de nordeste e noroeste como muralhas unindo as torres. As características manuelinas e islâmicas são identificadas por algumas janelas em arco de ferradura, maineladas, inscritas em arco conupial, com aduelas em tijolo, e pela decoração naturalista dos capitéis.
A porta principal, em arco chanfrado, ostenta, na parte superior, uma epigrafia informando que o castelo foi iniciado no reinado de D. João II e terminado no de D. Manuel I. Era servida originalmente por uma ponte levadiça sobre o fosso, acedendo-se à praça de armas onde se destaca, do lado sul, uma escadaria de acesso à chamada Sala dos Veados, a Capela e os aposentos das torres.
A Torre de Menagem, originalmente mais alta do que o conjunto, apresenta planta quadrada, em três pavimentos: um térreo e dois superiores, onde se rasgam janelas gradeadas.
1460 - Descoberta das ilhas Selvagens.
1462 - 17 de Janeiro - Diogo Afonso, escudeiro de D. Fernando, descobre a Ilha de Santo
Antão, no arquipélago de Cabo Verde.
1472 - Fernão do Pó, descobre as ilhas do Golfo da
Guiné.
1475 - O rei Afonso V de Portugal casa com a princesa Joana
de Castela.
1480 - Leonardo da Vinci inventa o para-quedas.
1487 - É publicado o livro Malleus
Maleficarum ("O Martelo das Bruxas"), uma espécie de manual de diagnóstico para bruxas.
1492 - Fim da Idade Média, segundo alguns autores.
1496 - 5 de Dezembro - D. Manuel I de Portugal expulsa os judeus de Portugal.
1497 - 15 de Julho - A caminho da Índia, Vasco da Gama
chega às Ilhas Canárias.
- Outubro - Mês do casamento de D. Manuel I de Portugal com D. Isabel de Aragão e Castela, Rainha de
Portugal.
- D. Manuel, Duque de Beja, sobe ao trono e faz reverter para a coroa o
arquipélago da Madeira.
1498 - 20 de Maio - O navegador português Vasco da Gama
desembarca na Índia, Calecute, na costa do Malabar, tornando-se no primeiro Europeu a
consegui-lo através de uma rota marítima em torno de África.
- 31 de Julho - Cristóvão Colombo descobre a ilha de Trinidade na sua terceira
viagem às Américas.
- Duarte Pacheco Pereira explorou o Atlântico Sul (e terá
alcançado a foz do rio Amazonas e a ilha do Marajó no que terá sido uma expedição secreta.)
1499 - 18 de setembro — Vasco da Gama
entra triunfalmente em Lisboa, onde é recebido pela corte, no regresso da sua viagem à Índia.
-Proibida a saída de judeus de Portugal.
1500 - A população da Europa é estimada em 60 milhões de habitantes.
- Ano de criação do Golfe na Escócia.