Freguesia de Longroiva
Castelo de Longroiva | |
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Distrito | Guarda |
Concelho | Mêda |
Freguesia | Longroiva |
Área | 41,22 km² |
Habitantes | 286 (2011)
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Densidade | 6,9 hab./km² |
Gentílico | Medense |
Construção | ( ) |
Reinado | ( ) |
Estilo | Românico e Gótico |
Conservação | ( ) |
Pinturas rupestres e outros achados mostram que a região terá sido povoada a partir de finais do Paleolítico, havendo vestígios dolménicos em Aveloso, Longroiva, Prova e Ranhados, sendo o documento pré-histórico mais importante a estátua-menir de Longroiva, confirmando a ancestralidade das Terras de Mêda.
João de Barros aponta como nome antigo Langóbriga:
"Longroiva - castelo na Lusitânia a par do rio Douro, vinte léguas do Porto, chamava-lhe Ptolomeu Langóbriga, e neste lugar parece que o assenta.
No entanto outros autores defendem que a antiga Langóbriga se situa em Fiães (Santa Maria da Feira). Presume-se ter existido naquele local um povoado lusitano-romano denominado Lancobriga (por vezes Langobriga). Lancobriga é apontada como a possível capital dos Turduli Veteres Por volta do século II a.C., os romanos ocuparam o referido monte, que já conheceria um certo desenvolvimento por volta do século IV. O "itinerário de Antonino" refere que, na estrada romana que ligava Olissipo (Lisboa) a Bracara Augusta (Braga) encontrava-se Lancobriga, a norte de Talabriga, localizada no Baixo Vouga, e a 13 milhas para sul de Cale (Porto/Gaia). [2] Ainda hoje se podem vislumbrar no lugar de Ferradal restos de pavimento que poderão ser dessa via.
Os Romanos foram aqueles que mais exerceram aqui o fenómeno de aculturação. As calçadas, as pontes, as placas tumulares, os marcos milenários, as moedas, as aras votivas, as villae e os vicus e as civitas por eles construídas testemunham bem o seu esforço de nos romanizar, testemunhos da ligação com Roma, especialmente nas épocas dos césares Trajano e Adriano.
À época da Reconquista cristã da Península Ibérica, esta povoação e seu castelo encontram-se relacionados entre os domínios legados ao Mosteiro de Guimarães, em testamento, por Flâmula Rodrigues, sobrinha de Mumadona Dias (960). Os estudiosos associam esta doação a uma ação de repovoamento encetada pelo pai da doadora, Rodrigo Tedoniz, acreditando remontar a esta fase a primitiva feição do castelo.
Após a reconquista definitiva das terras da Beira por Fernando Magno, o inventário dos bens do Mosteiro de Guimarães, no ano de 1059, relaciona o Castelo de Longroiva. Estes domínios integraram os do Condado Portucalense, e conseqüentemente os do reino emancipado de Portugal. Neste período, ocorreu um expressivo surto de povoamento na região, atribuído a D. Egas Gosendes de Baião, que se acredita tenha outorgado uma Carta de Foral a Longroiva desde 1126, e posteriormente, a Fernão Mendes de Bragança (esposo da infanta Sancha Henriques e, portanto, cunhado de D. Afonso Henriques), que teria doado estes domínios de Longroiva à Ordem dos Templários (1145), sendo Mestre Hugo Martonio (ou Hugo Martins, em português). É a esta, sob a orientação do Mestre Gualdim Pais, que se deve a atual feição do castelo (1176).
D. Dinis (1279-1325) concedeu foral à vila, e, em 1304, mandou fazer alguns reparos no castelo. Ainda em seu reinado, diante da extinção da Ordem, os domínios da povoação e seu castelo foram incorporados ao patrimônio da Ordem de Cristo (1319).
No reinado de D. Manuel (1495-1521), uma Visitação de 1505 nos permite conhecer alguns detalhes deste monumento à época:
Este soberano concedeu Foral Novo à vila (1510). Nessa fase, Frei Garcia de Melo fez executar obras onde existiam os seus aposentos (1517), escasseando as informações a partir de então, acreditando-se que tenha perdido importância para o Castelo de Trancoso.
No século XVIII, uma descrição do castelo referia que com relação ao paço "novo" do comendador, as suas casas "encontravam-se já destelhadas e em ruína", a cisterna, que abastecia a guarnição, entupida, e as portas do castelo, que no passado haviam defendido o acesso, não possuíam já qualquer grade ou portão de madeira.
No século XIX, o castelo foi transformado em pedreira local, desmantelando-se, para esse fim, as suas muralhas. Em 1855 foi extinto o Concelho de Longroiva. Nesse período, provavelmente a partir da extinção das ordens religiosas (1834), a sua praça de armas passou a ser utilizada como cemitério da vila, função que perdura até aos nossos dias.
O castelo encontra-se classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 18 de Agosto de 1943. A intervenção do poder público colocou a descoberto as antigas cisternas e procedeu a pequenos trabalhos de consolidação das ruínas.
Atualmente podem ser observados a entrada da casa Templária para o castelo, estando o resto da construção em estado de degradação. O cemitério subsiste na praça de armas.
Erguido na cota mais alta do terreno, onde ocupa uma área de 555 hectares, o castelo apresenta planta trapezoidal com traços do estilo românico e gótico. A sua muralha encontra-se bastante degradada, sem apresentar merlões nem adarve.
A torre de menagem divide-se internamente em três pavimentos e é rasgada por frestas em arco recto, encimada por merlões e seteiras cruciformes. Nela se destaca, em uma das faces, uma janela mainelada em estilo manuelino. Uma lápide com inscrição epigráfica indica a data de 1174, o que revela ser esta uma das primeiras erguidas em Portugal.
Na praça de armas abriam-se duas cisternas.
938 - Primeiro documento em que o termo «Portugal» aparece em vez
do termo «Portucal», referindo-se à região.
950 - A Condessa Mumadona Dias,
viúva do conde Hermenegildo Gonçalves, reparte os territórios pelos
filhos, repartindo assim Terra Portugalense.
953 - Fundação de Guimarães.
955 - Os mouros retomam Coimbra e obrigam a retirada do exército cristão
para lá do Rio Douro.
962 - Revolta do conde de Portucale, Gonçalo Mendes, contra Sancho I
de Leão.
976 - Almançor protegido de Hixam II inicia uma campanha militar contra os
Cristãos na Península Ibérica.
985 - Os viquingues noruegueses estabelecem-se na Groenlândia.
987 - Revolta do conde Gonçalo Mendes que adota o título de Grand-Duque de Portucal e revolta-se contra Bermudo II e é derrotado na batalha.
999 - Afonso
V de Leão e Castela é nomeado Rei de Leão.
1010 - Destruição da Igreja do Santo Sepulcro, em
Jerusalém, pelos drusos.
1016 - Invasores Normandos sobem ao longo do rio Minho e
destroem Tui, na Galiza.
1017 - Lisboa e grande parte do resto de Portugal é atingida por um
terramoto de grande intensidade, com as referências escritas da época que referem grandes
estragos.
1018 - O Algarve torna-se um condado dependente de Córdova.
1022 - Lisboa torna-se um condado independente de Córdova, mas é
posteriormente anexado a Badajoz.
1023 - Maomé III é nomeado
califa de Córdova no mesmo ano estendendo-se o califado até 1025.
1028 - Sucede a Afonso V, morto durante o cerco de Viseu, o seu filho Bermudo III, sob tutela
navarra.
- Mendo Nunes recebe o título de 6º
conde de Portucale estendendo-se o seu governo até 1050.
1033 - Mértola
torna-se num reino dependente do Reino de Córdova.
1035 - Fernando I, o Grande, coroado rei de Castela.
- Haroldo I coroado rei de Inglaterra.