Freguesia de Castro Laboreiro
Castelo de Castro Laboreiro | |
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Distrito | Viana do Castelo |
Concelho | Melgaço |
Freguesia | Castro Laboreiro(ext.) |
Área | 238,25 km² |
Habitantes | 9 213(2011)
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Densidade | 38,7 hab./km² |
Gentílico | Melgacense |
Construção | ( ) |
Reinado | ( ) |
Estilo | Românico/Gótico |
Conservação | ( ) |
Em Melgaço existe toda uma tradição de lendas de bruxas, mouras encantadas e princesas suevas, heroínas minhotas, como a lenda de Inês Negra, ou ainda contos e fábulas de criaturas fantásticas, como arganões e outros seres com poderes mágicos, semelhantes às esculturas de monstros e dragões, encontrados em Monte de Prado, na encosta ribeirinha, pelo professor Paulo de Souza Pinto, cujas características são em tudo semelhantes às proas dos barcos viquingues, que incursaram várias vezes pela área, assim como pela restante costa marítima e ribeirinha do norte de Portugal e da Espanha. Esta cultura popular foi sendo transmitida oralmente ao longo de gerações, estando atualmente em declínio.
A zona montanhosa, nomeadamente de Castro Laboreiro, é possuidora também de um carácter único humano e cultural, de origem celta, com hábitos e costumes próprios, onde se destaca a cultura local de transumância, única no país pelas suas brandas e inverneiras, o linguajar e os hábitos de vestir locais (traje castrejo). Existe ainda nesta freguesia, uma raça autóctone de cão, de tipo amastinado, óptimo guarda e guia de gado bovino, denominado de cão de Castro Laboreiro ou "boca negra", sendo uma das raças mais antigas da Península Ibérica.
São também notáveis as inúmeras pontes romanas por todo o concelho, celtas (no lugar de Portos), monumentos e alinhamentos megalíticos, fortificações medievais, como o Castelo de Melgaço e o Castelo de Castro Laboreiro, assim como vários solares, igrejas românicas, o parque termal do Peso, museus e trilhos pedestres ou cicláveis, para além da fauna e flora natural do concelho, salvaguardada pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês, em Lamas de Mouro.
A região encontra-se ocupada por humanos desde época pré-histórica, conforme o demonstram os monumentos megalíticos abundantes no planalto a nordeste de Castro Laboreiro.
Embora não haja informações históricas abundantes, a ocupação deste sítio parece se ligar ao traçado das diversas estradas romanas que aqui possuíam pontes para a travessia dos rios da região (ribeiro de Barreiro, o rio Laboreiro, o rio Cainheiras, o rio do Porto Seco e outros).
À época da Reconquista cristã da Península Ibérica, Afonso III de Leão (848-910) doou o domínio de Castro Laboreiro, na primeira metade do século X, ao conde D. Hermenegildo, avô de São Rosendo, por este ter vencido Vitiza, um chefe local que se havia revoltado. Durante o domínio do conde, o castro existente (e que lhe deu o nome) teria sido adaptado a castelo, voltando, posteriormente, ao domínio muçulmano.
Em 1141, D. Afonso Henriques (1112-1185) conquistou a povoação de Castro Laboreiro, fazendo reforçar a sua defesa (1145), que passava a integrar a linha fronteiriça dos domínios de Portugal. Embora se desconheçam os detalhes dessa defesa, ela estaria concluída, conforme inscrição epigráfica, sob o reinado de D. Sancho I (1185-1211). No início do reinado de D. Afonso III o castelo foi severamente danificado diante da invasão de tropas do reino de Leão (1212).
Vila e sede de Concelho entre 1271 e 1855, Castro Laboreiro foi pertença do condado de Barcelos até 1834, bem como comenda da Ordem de Cristo desde 1319. Sob o reinado de D. Dinis (1279-1325), por volta de 1290, as suas defesas foram reconstruídas, quando assumiram a atual feição. Por esta época, a alcaidaria de Castro Laboreiro e a de Melgaço encontravam-se unidas, a cargo da família Gomes de Abreu, de Merufe. Posteriormente, sob o reinado de D. Fernando (1367-1383), o soberado doou esta alcaidaria a Estevão Anes Marinho.
No século XIV, após a conquista de Melgaço, D. João I (1385-1433) utilizou Castro Laboreiro como base para deter as incursões das forças castelhanas oriundas da Galiza.
O alcaide-mor Martim de Castro foi afastado de suas funções em virtude das queixas dos moradores da vila (1441).
No início do século XVI, o castelo encontra-se figurado por Duarte de Armas, no seu Livro das Fortalezas (c. 1509), podendo-se observar as muralhas reforçadas por cinco torres de planta quadrangular. Ao centro, a torre de menagem, também de planta quadrangular, precedida por outra construção, com a cisterna a norte. Isolada, em plano inferior, a vila.
Durante a Guerra da Restauração da independência portuguesa, Baltazar Pantoja conquistou o castelo de surpresa, após quatro horas de batalha (Maio de 1666). Tendo deixado como Governador da Praça D. Pedro Esteves Ricarte, este rendeu-se ao 3º conde de Prado, D. Francisco de Sousa.
Desguarnecido a partir de 1715, entre 1766 e 1778 foi utilizado pelo conde de Bobadela, Governador das Armas da Província, para recolher homens e mulheres que se recusavam a apresentar os seus filhos para o serviço militar. Passaram por essa detenção cerca de 400 pessoas no período.
No contexto da Guerra Peninsular, foi guarnecido por tropas e artilhado com quatro peças (1801). Com a paz, voltou a ser desguarnecido, iniciando-se o seu processo de abandono e ruína.
No século XX, foi classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 27 de Março de 1944. Posteriormente, na década de 1970 foram promovidos trabalhos de prospecção arqueológica, que revelaram testemunhos de ocupação do período da Alta Idade Média. Finalmente, entre 1979 e 1981 teve lugar uma pequena intervenção de limpeza e consolidação do monumento.
Erguido no alto de um monte, na cota de 1.033 metros acima do nível do mar, apresenta planta aproximadamente oval, adaptada ao terreno, orientada por um eixo norte-sul.
De arquitetura românica, apresenta padrões góticos expressos na integração de cubelos e pequenos torreões
nos panos da muralha da alcáçova.
O conjunto compreende dois núcleos:
913 - Expedição militar do rei Ordonho II da Galiza a Évora em que consegue
conquistar esta cidade aos Mouros.
925 - O rei Ramiro II de Leão torna-se vassalo do Reino da
Galiza.
- O rei Ramiro II estabelece residência em Viseu.
927 - Após um longo processo de anexações, os vários pequenos reinos dentro
do que está agora a Inglaterra são unificadas pelo rei Etelstano, criando o Reino
da Inglaterra.
928 - Gonçalo Moniz recebe o título de Conde de Coimbra.
930 - Fundação do parlamento da Islândia, o primeiro da história.
938 - Primeiro documento em que o termo «Portugal» aparece em vez
do termo «Portucal», referindo-se à região.
950 - A Condessa Mumadona Dias,
viúva do conde Hermenegildo Gonçalves, reparte os territórios pelos
filhos, repartindo assim Terra Portugalense.
953 - Fundação de Guimarães.
955 - Os mouros retomam Coimbra e obrigam a retirada do exército cristão
para lá do Rio Douro.
962 - Revolta do conde de Portucale, Gonçalo Mendes, contra Sancho I
de Leão.
976 - Almançor protegido de Hixam II inicia uma campanha militar contra os
Cristãos na Península Ibérica.
1016 - Invasores Normandos sobem ao longo do rio Minho e
destroem Tui, na Galiza.
1017 - Lisboa e grande parte do resto de Portugal é atingida por um
terramoto de grande intensidade, com as referências escritas da época que referem grandes
estragos.
1022 - Lisboa torna-se um condado independente de Córdova, mas é
posteriormente anexado a Badajoz.
1093 - O rei de Badajoz entrega a Afonso VI as cidades de Santarém e
Lisboa-Sintra.
1112 - Afonso
Henriques herda do pai o Condado Portucalense, mas a
mãe, Teresa de
Leão, quem governa como regente.
1118 - Fundação da Ordem dos
Templários