Castelo de Folgosinho

Freguesia de Folgosinho

Castelo de Folgosinho
Distrito Guarda
Concelho Gouveia
Freguesia Folgosinho
Área 51,69 km²
Habitantes 499(2011)
Densidade 9,7 hab./km²
Gentílico Gouveense
Construção ( )
Reinado ( )
Estilo ( )
Conservação ( )

Uma crença popular, improvável, sugere que a cidade de Gouveia teria sido povoada pelos Túrdulos no século VI a.C.. No entanto, os vestígios mais antigos na cidade reportam-se ao Largo do Castelo, onde nos anos 1940 foram encontrados 3 potes funerários, datados, à época, para a Idade do Bronze, com vestígios de incineração e restos de ossadas humanas.

Além disso a antiga Gauvé encontra-se no centro do país, numa região comprovada como parte dos lusitanos, uma tribo Celta que é muito mais natural como tendo dado origem a Gouveia.

Do período romano são conhecidos uma ara votiva consagrado ao Deus Lusitano Salqiu e uma sepultura de um guerreiro romano, contendo vários artefactos metálicos (machado, faca e ponta de seta) junto à antiga escola primária de S. Pedro.

As calçadas romanas que existem tanto no alto concelho, nomeadamente em Folgosinho (Galhardos e Cantarinhos), como no baixo-concelho, ao caso, em Vila Nova de Tazem (troço da Teixugueira-Parigueira) são prova da vivência e dinâmica regional à época romana, na região, sem, no entanto, se ter encontrado prova do estatuto jurídico-administrativo, sabendo-se apenas que estava integrada na província da Lusitânia.

Os troços de calçada romana do alto-concelho são parte da via que ligava Mérida a Braga, cruzando a Ponte de Alcântara.

Durante a ocupação dos povos germânicos e muçulmanos, nada se sabe da Gaudella alto-medieval; apenas que, Fernando, O Magno, a conquistou por capitulação aos muçulmanos em 1055, com a primeira referência ao Castelo de Gouveia a surgir num documento do Papa Inocêncio II, de 1135.

A rainha D. Teresa doou-a em couto, no ano de 1125, os freires da Ordem de São João de Jerusalém, radicados no Mosteiro de Águas Santas, na Maia.

D. Sancho I, outorgou-lhe foral em 1186 enchendo de privilégios os seus moradores, tentando desta forma assegurar o seu repovoamento. D. Afonso II renovou-lhe foral em 1217, aumentando-lhe ainda mais as suas regalias e recebeu foral novo manuelino em 1510.

Sobre a fortaleza local, apenas se conhece a sua existência através de alguns registos documentais, como a carta que o rei D. Pedro II enviou à câmara de Gouveia, pedindo que se limpasse e alumiasse o Castelo de Gouveia, pois, a sua irmã, Catarina de Bragança, após enviuvar de Carlos II de Inglaterra, regressava à corte portuguesa, entrando pela província da Beira em 1693, permanecendo por aqui uns dias.

O castelo terá sido obliterado aquando da retirada das tropas do General Massena durante a 3ª Invasão Francesa, no âmbito da Guerra Peninsular, por volta do dia 21 de Março de 1811, apesar de já se encontrar em ruína por essa altura.

A comunidade judaica em Gouveia no decorrer da Idade Média é conhecida através dos nomes e profissões de alguns hebreus sefarditas do séc. XIV e XV.

Em 1967 foi encontrada uma inscrição hebraica enquanto se destruía o casario para a construção do edifício dos CTT. Serviria de torsa à antiga sinagoga de Gouveia, situada na Rua Nova.

Nela se lê o ano de 5257 da era judaica (1496/7 da era cristã) e terá sido a última sinagoga construída na Península Ibérica antes do édito manuelino

Antecedentes

Brasão de Gouveia

A primitiva ocupação humana dos sítios do castelo e da povoação remonta a dois castros pré-romanos. Não foram localizadas informações sobre possíveis ocupações subsequentes.

São muito discutidas as origens do castelo de Folgosinho. Em inícios do século XX, alguns investigadores reconheceram vestígios de um primitivo castelo medieval, que então atribuíram à acção de D. Sancho I pela década de 80 do século XII, monarca que concedeu foral à povoação em 1187.

Infelizmente, até à data não foi possível confirmar esta suposição, não obstante o concelho de Gouveia ter sido recentemente objecto de múltiplas prospecções arqueológicas, incidentes particularmente sobre a Idade Média. Certo é que, a confirmar-se algum dia esta relação.

O castelo medievalseta_baixoseta_cima

À época da Reconquista cristã da Península Ibérica, o rei D. Sancho I (1185-1211) outorgou-lhe carta de foral em 1187, tendo em vista, a sua posição estratégica e a necessidade de povoamento e defesa da região. O seu sucessor, D. Afonso II (1211-1223), confirmou-lhe o foral (1217). Alguns autores referem que D. Dinis (1279-1325) repetiu o ato.

No século XVI, D. Manuel I (1495-1521) concedeu-lhe Foral Novo (1512). Nesse período, sendo a vila e seu termo, por força de seus forais, consideradas como Terra de El - Rei, tiveram como donatários, os marqueses de Arronches, os duques de Lafões e os condes de Miranda do Corvo. Constituía-se ainda em Comenda da Ordem de Cristo.

Do século XIX aos nossos diasseta_baixoseta_cima

Em virtude da reformulação administrativa do reino em 1836, Folgosinho deixou de ser sede de Concelho, em favor de Gouveia.

No século XX, o seu castelo foi classificado como Imóvel de Interesse Público por Decreto publicado em 25 de Março de 1936. Atualmente bem conservado, constitui-se em atração turística regional.

Característicasseta_baixoseta_cima

O actual castelo é um diminuto recinto circular, com aproximadamente 10 metros de diâmetro, com muralha reforçada por pequeno adarve protegido por merlões e três inventivas guaritas cilíndricas. A porta principal está voltada a Ocidente e, do lado oposto, ergue-se a torre de menagem, de secção quadrangular, com acesso por porta de arco apontado.

Erguido em posição dominante na cota de novecentos e trinta e três metros acima do nível do mar, o castelo foi erguido com pedra de quartzo branco-rosado, o que lhe confere uma beleza singular.

Acontecimentos da época


1118 - Fundação da Ordem dos Templários

1119 - O Papa atribui definitivamente a Braga as dioceses de Coimbra e Viseu .

1121 - D. Afonso II entra em Portugal , em missão de soberania, no séquito da mãe, D. Urraca.

 - Invasão e saque de Portugal pelas tropas de D. Urraca , rainha do Reino de Leão e do Reino de Castela e de Diego Gelmírez , arcebispo de Compostela. Este facto foi de grande humilhação para D. Teresa, que teve de recuar e de se refugiar no Castelo de Lanhoso , onde acabou por se submeter a sua irmã D. Urraca.

1122 - D. Afonso Henriques, ainda infante, arma-se cavaleiro na Catedral de Samora.

1126 - Afonso VII de Castela torna-se Imperador de Castela e Leão, pela morte da sua mãe D. Urraca.

1127 - Cerco do Castelo de Guimarães.

 - Egas Moniz consegue que o exército leon ês, que cerca Guimarães, levante o asssédio, sob promessa de D. Afonso Henriques prestar a menagem exigida pelo imperador das Estronghas.