Freguesia de
Vila Nova de Cacela
Castelo de Cacela | |
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Distrito | Faro |
Concelho | Vila Real de Santo António |
Freguesia | Vila Nova de Cacela |
Área | 44,46 km² |
Habitantes | 3 902(2011)
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Densidade | 87,8 hab./km² |
Gentílico | Vila-realense |
Construção | ( ) |
Reinado | ( ) |
Estilo | ( ) |
Conservação | ( ) |
Ao longo da sua História, o Reino de Portugal e o Reino dos Algarves tiveram sempre problemas políticos com a vizinha Espanha, e por isso sempre houve um especial cuidado com as regiões raianas. A foz do rio Guadiana divide o extremo sudeste português do extremo sudoeste espanhol, e durante muitos anos a única cidade portuguesa que protegia o território nacional nessa zona era Castro Marim. Nessa medida, e porque esse período foi uma era de grandes mudanças no país, foi assinada a 30 de Dezembro de 1773 uma Carta Régia que dava conta da criação de uma cidade no extremo algarvio – nascia assim Vila Real de Santo António.
Sebastião José de Carvalho e Melo, mais conhecido como Marquês de Pombal, ministro do rei D. José I, foi o homem responsável pela criação da cidade. A edificação da cidade foi bastante rápida; a 17 de Março de 1774 foi lançada a primeira pedra e no dia 6 de Agosto do mesmo ano já estavam terminadas as Casas da Câmara e da Alfândega, os quartéis e começava-se a construção da igreja. Os edifícios foram construídos da mesma forma que os da Baixa lisboeta, à base de peças pré-fabricadas que depois eram aplicadas no local, tornando a construção mais uniforme e célere. As obras ficaram concluídas a 13 de maio de 1776. A cidade desenvolvia-se numa malha urbana ortogonal perfeita, centrada na Praça Marquês de Pombal. Uma grande marginal percorria as várias centenas de metros que separavam o aglomerado urbano do rio Guadiana.
No final do século XIX e início do século XX, a cidade viveu prosperamente. O sector das pescas (principalmente sardinha e atum) dinamizaram a cidade, transformando-a num importante centro pesqueiro e conserveiro. Era também um importante porto para os barcos que transportavam minério desde as minas de São Domingos. A importância da cidade traduziu-se também na tecnologia; foi a primeira cidade algarvia a ter iluminação a gás, em 1886.
Pesquisas arqueológicas preliminares esclarecem que a primitiva ocupação humana desta península remonta à época pré-romana, sucessivamente por cúneos, feníncios e cartagineses, ligada à atividade pesqueira e ao comércio. Após a Invasão romana da Península Ibérica os conquistadores aqui teriam mantido uma base militar, período a partir do qual se teria adensado o povoamento do interior.
Quando da Invasão muçulmana da Península Ibérica pelas forças islâmicas sob o comando geral de Tárique (712), as regiões de Beja e do Algarve foram dominadas no ano seguinte por Abdalazize ibne Muça, tendo o litoral algarvio permanecido em poder de clãs iemenitas e sírios. A área de Cacela foi dominada por elementos do grupo Banu Darrâj, tendo a localização privilegiada lhe garantido importância regional, constituindo-se em sede regional por volta do século X. Pensa-se que, durante o califado, o alfoz de Cacela se estenderia até ao actual concelho de Alcoutim, englobando alcarias e castelos, tais como o Castelo Velho de Alcoutim e o Castelo das Relíquias, situados em espaços pastoris e mineiros. Estes castelos faziam parte de um sistema defensivo associado a uma forte preocupação político-administrativa de centralização e ordenamento do território.
A povoação encontra-se referida no "Roteiro" do geógrafo árabe Dreses no início do século XII, que descreve o Algarve: "Cacela é uma fortaleza construída à beira-mar. Está bem povoada e há nela muitas hortas e campos de figueiras." Por essa época, as alterações dos bancos de areia da ria Formosa já prejudicavam o ancoradouro de Cacela, em favor do da vizinha Tavira.
a passagem para o século XIII, a fortificação muçulmana de Cacela conheceu um primeiro momento de abandono, embora ainda mantendo relativa importância militar, tendo sido uma das últimas posições conquistadas pelas forças cristãs de Portugal no Algarve. Na Cúria Régia, reunida em Santarém, com o consentimento de sua esposa, D. Beatriz, o rei D. Afonso III (1248-1279) doou este castelo, juntamente com o Castelo de Ayamonte, ao Mestre da Ordem de Santiago, D. Paio Peres Correia (20 de fevereiro de 1255). A Ordem procedeu-lhe, a partir de então, obras de reconstrução e ampliação.
Apresentando ruína, no século XVI, o castelo foi reconstruído por ordens de D. João III ou de D. Sebastião. É sabido que este último inspeccionou pessoalmente as obras em 1573. Neste período certamente terá recebido linhas abaluartadas, ao estilo da época. Pouco mais tarde, entretanto, relatos de 1617 dão conta de as suas muralhas se encontravam arruinadas do lado da arriba; em 1750 a fortificação encontrava-se arruinada, tendo sofrido extensos danos causados pelo terramoto de 1755.
A atual estrutura defensiva, de pequenas dimensões, remonta ao final do século XVIII. Apresenta planta no formato de um polígono estrelado, tendo recebido dois baluartes se debruçando sobre o mar. Nesse período, a sede do Concelho foi extinta, o que demonstra a perda de importância da povoação.
São reduzidos os vestígios documentais e arquitectónicos que permitam uma efectiva delimitação da primitiva cerca muçulmana, em taipa, mas calcula-se que correspondesse a uma área de cerca de 0,5 hectares.
Alguns troços da muralha do antigo castelo medieval podem ser apreciados nos setores norte e leste do centro histórico, com planta aproximadamente oval, de reduzidas dimensões.
As principais estruturas do castelo, em estilo gótico, assim como a primitiva igreja, foram substituídas por edificações posteriores. Parte da muralha erguida pela Ordem de Santiago encontra-se atualmente submersa.
827 - Início da conquista da Sicília pelos Sarracenos.
- Luís I, o Piedoso ,
julgado, condenado e deposto pelos filhos.
839 - Expedição de Afonso II das Astúrias
à região de Viseu.
987 - Revolta do conde Gonçalo Mendes que adota o título de Grand-Duque de Portucal e revolta-se contra Bermudo II e é derrotado na batalha.
1147 - Início da Segunda Cruzada.
- Tomada de Santarém por D. Afonso Henriques.
- Vinda do porto inglês de Dartmouth, entra na barra do Douro
uma frota de 200 velas com cruzados.
- Por proposta de D. Afonso Henriques, a armada de cruzados ingleses
inicia o Cerco de Lisboa.
Após 5 meses, Lisboa conquistada aos mouros pelas tropas de D. Afonso Henriques.
1148 - Alenquer foi conquistada aos mouros no dia 24 de Junho.
- Restauração das dioceses de Lisboa, Viseu e Lamego
por D. Afonso Henriques.
1158 -24 de Junho - Conquista de Alcácer do Sal.