Freguesia de Atouguia da Baleia
Castelo de Atouguia da Baleia | |
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Distrito | Leiria |
Concelho | Peniche |
Freguesia | Atouguia da Baleia |
Área | 46,04 km² |
Habitantes | 8 954 (2011)
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Densidade | 194,5 hab./km² |
Gentílico | Penicheiro, Penichense |
Construção | ( ) |
Reinado | ( ) |
Estilo | ( ) |
Conservação | ( ) |
Quando no século XII D. Afonso Henriques cede aos irmãos Franceses Corni (de la Corne) estas terras, elas eram conhecidas por Tauria. O nome resulta da existência em grande número de touros selvagens nos bosques da região. Mais tarde o nome foi sendo modificado até chegar à designação Atouguia.
O primeiro documento conhecido onde o sobrenome da Baleia aparece é o Tombo da Albergaria e Confraria do Santo Espírito de Atouguia, de 1507, onde se lê "Atouguia da Baleea", na linha 28 da primeira página. Em 1705, Frei Fernando da Soledade relata, na sua História Serafica Cronológica da Ordem de São Francisco da Província de Portugal, que, no ano de 1526, deu à costa uma baleia, "no lugar, sitio aonde chamado a Areia Branca", que "tinha de comprimento trinta côvados" e cuja corpulência "fazia vulto de hum navio de oytenta toneladas" e que "a espadana da cauda tinha vinte palmos de largura, "na bocca lhe cabião dous homens de pé, muyto à sua võtade". Na igreja de São Leonardo pode ser vista uma costela petrificada de baleia, de grandes proporções.
No contexto da Reconquista cristã da Península Ibérica, quando da organização da expedição portuguesa contra Lisboa por D. Afonso Henriques (1112-1185), aí tendo aportado a frota dos cruzados sob o comando dos franceses Guilherme e Roberto de Corni, foram-lhes concedidas, em 1158, os domínio de Tauria (povoação e couto) como reconhecimento pelo auxílio prestado na conquista daquela cidade. Visando incrementar o seu povoamento e desenvolvimento, o soberano entregou-lhe Foral em 1167, confirmado em 1218 por D. Afonso II (1211-1223) e novamente em 1510, sob o reinado de D. Manuel I (1495-1521) (Foral Novo).
Sob o reinado de D. Dinis (1279-1325) a Atouguia ganhou uma feira anual no dia de seu orago, São Leonardo (6 de Novembro), alcançando o auge de seu movimento marítimo, onde a par da atividade pesqueira, desenvolveu-se a de construção naval. Dada a atividade de fomento ao povoamento e à defesa sob este reinado, acredita-se que as defesas da Atouguia e seu castelo também tenham conhecido reforço e melhorias, face à ameaça representada ao litoral português pelos piratas oriundos do Norte d’África.
O genovês Manuel Pessanha (Emmanuele di Pezagna), contratado por D. Dinis como almirante para organizar a marinha portuguesa e combater a pirataria, aqui manteve a sua base de operações. Um decreto do mesmo soberano determinava a obrigatoriedade da nomeação de 30 homens da Atouguia, com armas e bagagens, durante seis semanas por ano, para a defesa deste porto e costas de Portugal.
Posteriormente, em 1373, no reinado de D. Fernando (1367-1383) foram aqui realizadas as Cortes Gerais, o que comprova a sua importância à época.
Em 1448 D. Afonso V (1438-1481) concedeu a D. Álvaro Gonçalves de Ataíde, pelos bons serviços prestados ao reino, título de 1º conde de Atouguia.
Em 11 de Fevereiro de 1526 deu à costa naquele ponto uma baleia com mais de 20 m de comprimento, um verdadeiro “monstro marinho” em plena época dos Descobrimentos portugueses, o que rendeu à vila o acréscimo de seu nome: Atouguia da Baleia. Um dos ossos do mamífero marinho foi conservado como memória, na Igreja de São Leonardo.
O progressivo assoreamento foz do rio de São Domingos e da enseada de Atouguia, que ligou a ilha de Peniche ao continente, levou ao desenvolvimento da povoação nesta última, elevada a vila em 1609 e transformada em Concelho (1610), à época da Dinastia Filipina por D. Filipe II (1598-1621). Á época, a necessidade defensiva também se deslocara para o chamado “castelo da vila” de Peniche (ver Praça-forte de Peniche).
Posteriormente, no século XIX, o Concelho de Atouguia da Baleia foi extinto e incorporado como Freguesia no de Peniche, por D. Maria II (1826-1828; 1834-1853), a 6 de Novembro de 1836.
Chegaram até aos nossos dias apenas os restos de uma torre e das muralhas do antigo Castelo de Atouguia. Escavações recentes puseram a descoberto trechos da muralha medieval da vila, o que reforça a necessidade de pesquisa arqueológica complementar. Os remanescentes encontram-se em vias de Classificação como Imóvel de Interesse Público, homologada por Despacho de 23 de Maio de 2005 pelo Ministério da Cultura de Portugal.
803 - Rutura entre Carlos
Magno como Imperador do Império Romano do
Ocidente e o
Império Romano do Oriente.
805 - O imperador de Bizâncio Nicéforo I sofre uma pesada derrota
na batalha contra os sarracenos em Crasus.
811 - Batalha de Virbitza entre o Clã Búlgaro Kroum e o Império Bizantino.
812 - Tratado de paz entre o Imperador Carlos Magno e Império mpério.
814 - Fim do Reinado de Carlos Magno.
822 - Abd
al-Rahman II é nomeado Califa de Córdova (822 a 852).
824 - Luís
I, o Piedoso, impõe a sua autoridade aos Estados papais.
- Batalha entre Abd-El-Raman III Califa de Córdova e o Conde Hermenegildo em Rio Tinto (Gondomar)
827 - Início da conquista da Sicília pelos Sarracenos.
833 - Aparição de Nossa Senhora da Abadia,
também conhecida por Nossa Senhora do Bouro.
- Luís I, o Piedoso ,
julgado, condenado e deposto pelos filhos.
839 - Expedição de Afonso II das Astúrias
à região de Viseu.
842 - Início do Reinado de Ramiro I das Astúrias
que alarga o reino asturiano a Navarra.
- Juramento de Estrasburgo:
primeiro texto em francês e em alemão.